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Indústria recua 2,1% em abril

O resultado pior guarda relação com o encarecimento do crédito.

A inflação, os juros em alta e as medidas adotadas pelo governo para restringir o crédito derrubaram a atividade econômica em abril. A produção industrial medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) recuou 2,1% em relação a março — a maior queda desde dezembro de 2008, auge da crise econômica internacional. Prevendo vendas menores, a indústria reduziu significativamente a fabricação de itens mais caros, como automóveis e eletrodomésticos.

Os empresários preveem que, com o poder aquisitivo corroído pela alta dos preços e temendo se endividar, o brasileiro vai pôr o pé no freio nas compras. “O resultado pior guarda relação com o encarecimento do crédito. A diminuição no rendimento do brasileiro, em razão do aumento na inflação de alimentos, explica a queda na produção de bens duráveis”, analisou o economista do IBGE André Macedo. Para ele, o avanço das importações também desanimou o empresariado.

Expectativa
No caso dos bens duráveis, a queda chegou a 10,1% em relação a março. A produção de veículos caiu 2,8% e a de máquinas e equipamentos, 5,4%. Nessa conta inclui eletrodomésticos, como geladeiras e fogões. Os outros segmentos da atividade também tiveram resultado ruim: bens intermediários caíram 0,6%; bens de capital, 2,9%; e bens semi e não duráveis, 1,5%. O tamanho do recuo surpreendeu. A expectativa do mercado variava entre queda de 0,2% e alta de 0,7%, com elevação de 0,3% na média.

Outro dado divulgado ontem confirma a piora na expectativa dos empresários para o consumo no país. Apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 1,2% em maio ante abril. No mês passado, o índice caiu 1,1% em comparação com março. Esta foi a quinta queda seguida do indicador, que acumula retração de 4% este ano até maio.

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