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Emprego industrial tem maior alta em 3 anos
Com 45 mil postos em março em SP, aumento foi de 1,37% ante fevereiro, a maior variação porcentual desde dezembro de 2006
A geração de empregos no Estado de São Paulo teve crescimento recorde em março. Os dados da Pesquisa de Nível de Emprego, divulgados ontem pela Federação das Indústrias do Estado de S. Paulo (Fiesp), apontaram para um crescimento de 1,37% (com ajuste sazonal), em relação a fevereiro.
Foi o maior variação porcentual desde dezembro de 2006, quando subiu 1,43%. Sem ajuste sazonal, houve alta de 2,05%, a maior desde abril de 2008. No total, a indústria criou 45 mil postos de trabalho em março. No ano, a alta é de 3,66%, com 79 mil novas vagas. Em relação a março de 2009, o crescimento é de 1,64%, com saldo de 36 mil vagas. Dos 22 setores pesquisados, 20 contrataram e 2 informaram estabilidade no nível de emprego.
Para Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, o resultado mostra um crescimento consistente. "Tivemos uma forte geração de empregos. Não é um crescimento episódico ou concentrado em algum setor."
Francini destacou a produção de açúcar e álcool. Essa indústria aumentou em 1,25% o número de postos de trabalho, o que significa 27,3 mil vagas do total de 45 mil postos abertos em março. Segundo Antonio de Pádua Rodrigues, diretor da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o setor contratou antes do habitual por causa da antecipação da safra, e também não demitiu tantos funcionários quanto se esperava. Pelo menos 20 usinas no Estado não interromperam a colheita no fim do ano e mantiveram o quadro.
Braz Agostinho Albertini, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de São Paulo (Fetaesp), acha, porém, que a alta no setor é temporária. "A cada ano o número de trabalhadores diminui."
Segundo Francini, o ritmo de crescimento do emprego deve se manter no primeiro semestre. A previsão da Fiesp para o nível de emprego em 2010 é de alta de 6,2%. "Seria uma geração muito forte de emprego, a maior desde 2007, quando foi de 4,6%."
Juros. Para o ex-ministro Walter Barelli, a tendência de geração de empregos deve se manter este ano. "A situação da economia está boa, não vejo uma anormalidade pela frente, a não ser que o comando da economia invente muito e crie turbulência."
José Julio Senna, sócio da MCM Consultores, diz que o Comitê de Política Econômica (Copom) pode avaliar que os dados de emprego são mais um indício da necessidade de elevar os juros na próxima reunião. "O Brasil está em uma fase de forte expansão e isso poderá justificar uma reação da equipe econômica."
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