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Juros no cheque especial e no cartão são quase um assalto
Presidente acha que taxas só baixam com a conscientização dos clientes
Presidente acha que taxas só baixam com a conscientização dos clientes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que é "quase" um assalto a taxa de juros cobrada no cheque especial e no cartão de crédito. Em entrevista logo após o lançamento do Programa Aprendiz Banco do Brasil, Lula disse que os clientes se iludem com os produtos bancários.
"A primeira vez que eu ganhei um cheque especial, achei que era gente fina, que estava sendo tratado com certa deferência. Mas, quando, no primeiro mês, vi que não podia pagar na data correta, percebi que não era deferência coisa nenhuma; eu estava sendo quase assaltado pela quantidade de juros que se pagava", relatou o presidente.
Na entrevista no Centro Cultural Banco do Brasil, Lula disse que os juros só tendem a baixar com a maior conscientização dos clientes dos bancos. "Quem tem cartão de crédito é um setor médio da sociedade, que tem de entender que a gente só vai moralizar o cartão de crédito no dia que formos mais exigentes conosco mesmos", disse. "Os juros do cartão de crédito são muito altos e do cheque especial, também."
Indagado sobre o juro básico para 2010 e se conversou ontem sobre o tema com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, Lula respondeu: "Eu nem terminei de comemorar 2009 e vocês querem que eu pense em 2010? Até 31 de dezembro, o Brasil já saiu da crise e o crescimento do próximo ano será muito bom".
Com relação ao crescimento de 2010, o presidente não quis fazer previsões. "Não vou chutar um número", disse, acrescentando, ao ser questionado sobre a previsão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o País crescerá 5% em 2010: "Tem gente que fala em 5%, 4%, 4,5%. Eu prefiro trabalhar para que seja o máximo possível. Vou trabalhar para vocês terem um bom Natal, um fim de ano infinitamente melhor do que o do ano passado e um 2010 melhor ainda. Não há nada que a gente olhe à distância que possa trazer qualquer problema ao crescimento em 2010".
Mantega, também presente, fez a defesa dos funcionários públicos. Segundo ele, as "afirmações de que o serviço público é ineficiente é uma balela". Ele afirmou que o Banco do Brasil demonstrou que banco público pode ser mais útil que banco privado. "Se não fossem o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES, talvez não saíssemos da crise com tanta facilidade, porque eles aumentaram crédito, diminuíram a taxa de juros, quando o País precisava muito."
Procurada, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) não quis se pronunciar.
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