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Em dois anos, celular será usado como cartão de crédito
Ferramenta já é utilizada no Brasil para pagamento de táxi e vale presente
Natalia Pacheco
Ferramenta já é utilizada no Brasil para pagamento de táxi e vale presente
Além da facilidade da internet, os consumidores ainda vão contar com a possibilidade de realizar pagamentos via celular diretamente nas lojas, como se ele fosse um cartão de crédito. A tecnologia, já utilizada em alguns países, como Estados Unidos, deve ser inteiramente disponibilizada no Brasil em um prazo máximo de dois anos, segundo especialistas ouvidos pelo Jornal do Brasil.
Já existem formas de pagamentos via celular utilizadas no país. Pelo menos dois tipos de serviços estão disponíveis: o pagamento de táxi e o vale presente.
Cerca de 2.500 táxis já foram cadastrados para essa possibilidade. O cliente liga para a cooperativa credenciada junto à operadora de crédito. O passageiro, que tem o número do telefone registrado, envia uma mensagem para a operadora, que retorna para confirmar a autorização do pagamento.
Um rede de livraria de São Paulo também disponibiliza o vale presente via celular. O cliente cadastra o número que deseja presentear. Essa pessoa vai na livraria e confirma o telefone e pode pegar o produto de seu interesse.
– Há empresas interessadas em expandir esses dois serviços para o Rio de Janeiro no próximo ano – disse Mattos.
O diretor de tecnologia da Online Brasil, Adriano Filadoro, conta que a ferramenta também já é usada no país para serviços como acúmulo de pontos para a aquisição de um produto ou descontos. Segundo Filadoro, as empresas de tecnologia da informação e as operadoras de telefonia já estão adaptadas para esse tipo de serviços.
– Na verdade, o Brasil está a um passo de obter esse serviço em larga escala. A infra-estrutura para o uso dessa tecnologia já foi implantada pelas companhias, o que falta é a ampliação e a divulgação para o cliente final – disse.
O serviço possui inúmeras vantagens, como a mobilidade. De acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o número total de celulares no Brasil chegou a 153,67 milhões em março. Além disso, outro ponto a favor é a segurança, já que após a implantação do chip, ficou mais difícil clonar aparelhos de telefonia móvel.
– Atualmente, é mais fácil clonar um cartão de crédito do que um celular – ressaltou Filadoro.
Operação
O diretor da Online Brasil explica que ao efetuar um compra, o cliente enviará uma mensagem de texto autorizando o pagamento ao lojista. Essa mensagem não tem custo. No fim do mês, o consumidor receberá duas faturas da operadora: a conta de telefone e a dos bens e serviços utilizados no período.
– A operação seria igual a do cartão de crédito. Você o utiliza e no fim do mês vem a fatura. Só que as compras seriam realizadas pelo celular – esclarece.
Filadoro também contou que alguns clientes de sua empresa se preparam para disponibilizar o serviço nas regiões Sudeste e Sul do país em breve.
Futuro do cartão de crédito
Para o presidente da MCash – empresa de soluções de tecnologia da informação – Gastão Mattos, o pagamento via celular não ameaça o uso do cartão de crédito. O especialista diz que o objetivo do serviço é diversificar as formas de pagamentos.
– Será um serviço complementar. Uma forma não elimina a outra, até porque a base de operação é praticamente a mesma – destacou Mattos.
Resistência
O professor de engenharia elétrica da Coppe-UFRJ, Marcelo Campos, conta que no início, o serviço deve enfrentar resistência dos consumidores, mas lembra que as compras feitas pela internet passaram pelo mesmo processo e atualmente representam quase 50% das vendas efetuadas no país.
– Tudo no início gera incerteza, principalmente quando é um serviço que oferece muitas vantagens – disse o professor, que também destacou que a tecnologia já é utilizado há 10 anos nos Estados Unidos.
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